"Que espécie de Deus é o vosso que condena antes de ouvir? Que gente sois, senhores, que Reino é este em que tive a TRISTE SORTE de nascer?
Sr. Marechal: quanto vale, para vós, a vida dum homem?"

Felizmente há luar! - Luís de Sttau Monteiro

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Tributo a José Afonso

"E as vozes embarcam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito"



Assim cantava um humilde génio até à 23 anos atrás, restam-nos agora as lindas músicas e versos e compôs e cantou e que foram guardados por todos os que se "embalavam" com as suas palavras.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Justiça Social...



Suponhamos dois cenários distintos, partindo do princípio que em ambos os casos as personagens não têm complicações de saúde anteriores à escolha do seu estilo de vida:

Cenário 1
Uma pessoa que fuma um maço de tabaco por dia, com hábitos alcoólicos diários, que não tem o cuidado com a alimentação e que até para ir ao café, a um ou dois quarteirões, vai de carro.

Cenário 2
Uma pessoa que pratica actividade física regular, que tem uma alimentação equilibrada e que não fuma.

Considerando todos estes factores como opções tomadas pelas próprias pessoas e a probabilidade de cada uma destas pessoas vir a necessitar de cuidados de saúde bem como a probabilidade de não ter uma vida activa tão longa ou produtiva derivado das mesmas complicações de saúde, será justo que ambas paguem os mesmos valores de segurança social?

Triste Sorte...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fronteiras


É uma ideia tão simples...

Será assim tão difícil pensar desta forma?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vontade de respirar


Um comprimido, dois inaladores e um spray nasal todos os dias.
Aos 13anos um asmático pode perfeitamente estar a viver assim. Há quem esteja bem pior, é verdade, mas isso não melhora a situação deste jovem adolescente.

Para além de viver com uma mesa de cabeceira onde não cabe mais nada a não ser o despertador, os medicamentos e com sorte um livro, vive com o receio de uma crise espontânea. Apesar da parafernália de fármacos, essas crises acontecem, apertam o peito, travam todas as tentativas de respiração, forçam cada passo a ser dado a tremer e impedem qualquer tentativa de concentração em algo para lá do próximo fôlego.
Como se estas memórias amargas não chegassem, muitos nãa chegam a poder chamar-lhes memórias, pois continuam a sentir-las e a sofrer com a doença pela vida fora. Os que apenas têm memórias são os sortudos.

Seja como for, todos eles (nós) são (somos) obrigados a ver diariamente quem menospreze a possibilidade de respirar fundo sem pensar duas vezes.
Podia falar de poluição, de qualidade do ar, etc...mas não, falo de um dos actos mais repugnantes e revoltantes que posso ver.

O acto de acender um cigarro.

Quem o faz não se imagina a querer respirar e não conseguir, a lutar por cada lufada de ar, a controlar as corridas que fazia enquanto brincava no recreio...entre tantas outras coisas.
A cada "bafo" que um fumador inala, não está apenas a prejudicar a sua saúde ou o ar de todos nós, está também a desrespeitar e menosprezar o acto de respirar.
O seu acto de respirar.
O acto de respirar daqueles que lutam por cada "bafo", não de cigarro, de AR.

Triste Sorte...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Pelos direitos dos Portugueses, contra a Injustiça



MADEIRA...
Um Governo Regional ultra conservador e monopolista de toda a região.
IVA a 14% quando no continente o imposto é de 20%.
Rendimento per capita superior à média do continente.

Ainda restam dúvidas sobre se o estado deve ou não continuar a enviar dinheiro para a Madeira?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Realidades ou Educações?

Ouvi esta bela música há poucos dias, ficou-me na cabeça, não tanto por me ter "ficado no ouvido" mas por ter ficado preso à letra até ao fim da música.

Não diz nada de fantástico, não trás novidade nenhuma, mas aponta algo que pode bem não ser o Fado, pode ser outro nome qualquer nesse lugar.

Talvez outros tenham uma história parecida, sem ser o Fado...


Nasceu assim, cresceu assim

"Talvez a mãe, fosse rameira de bordel
Talvez o pai, um decadente aristocrata
Talvez lhe dessem á nascença amor e fel
Talvez crescesse aos tropeções na vida ingrata

Talvez o tenham educado sem maneiras
Entre desordens, navalhadas e paixões
Talvez ouvisse vendavais e bebedeiras
E as violências que rasgavam corações

Talvez ardesse váriamente em várias chamas
Talvez a história fosse ainda mais bizarra
No desamparo teve sempre duas amas
Que se chamavam a Viola e a Guitarra

Pois junto delas, já talvez o reconheçam
Talvez recusem dar-lhe o nome de enjeitado
E mesmo aqueles que o não cantam não esqueçam
Nasceu assim... cresceu assim... chama-se fado"

Vasco Graça Moura / Fernando Tordo

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Os Putos


Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.

Uma fisga que atira, a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser, criança
Contra a força dum chui, que é bruto.

Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.

As caricas brilhando, na mão
A vontade que salta, ao eixo
Um puto que diz, que não
Se a porrada vier, não deixo

Um berlinde abafado, na escola
Um pião na algibeira, sem cor
Um puto que pede, esmola
Porque a fome lhe abafa, a dor.

Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens

Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens

Ary Dos Santos