"Que espécie de Deus é o vosso que condena antes de ouvir? Que gente sois, senhores, que Reino é este em que tive a TRISTE SORTE de nascer?
Sr. Marechal: quanto vale, para vós, a vida dum homem?"

Felizmente há luar! - Luís de Sttau Monteiro

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Liberdade

Sempre ouvi que "a tua liberdade acaba onde a minha começa", será que tal é realmente verdade?

Cabe a cada um defender os seus direitos e aquilo em que acredita, porém, ao desenvolver este processo, até que ponto temos o direito de perturbar os outros?

Esta tarde, ao sair de Lisboa, deparei-me com transito por todo o lado. Nada de estranho ou fora do vulgar não é? Mentira, hoje podia-se acrescentar mais um problema à já vasta panóplia de causadores do caos de Lisboa ao fim do dia. Hoje realizou-se uma manifestação em Lisboa mas ao contrário de ir parar a São Bento ou algum ministério, foram para as estradas de acesso a Lisboa: 2ª circular; eixo Norte-Sul; IC17; IC19...entre outras.

Será que a manifestação pretendia chamar a atenção para os problemas de tráfico destas artérias? Problemas relativos a portagens na ponte ou na CREL? Nada disso...

A manifestação de hoje foi levada a cabo contra as novas regras relativas a equipamentos de diversão itinerantes ou improvisados.

Não tenho nada contra a manifestação, não estou a par das regras, nem antigas nem novas mas a verdade é que não compreendo o que têm as restantes pessoas com este caso. Não seria mais justo manifestarem-se junto das autoridades competentes, fazer uma marcha lenta contínua em torno das mesmas, seja o que for...mas que não pise a Liberdade dos outros.

Certamente naquelas filas intermináveis estavam mães e pais que tinham de ir buscar filhos à escola, jovens a querer chegar a casa depois de mais um exame, gente para quem o dia de trabalho ainda não terminou...será que estas pessoas têm culpa?

Triste Sorte...

2 comentários:

  1. No seguimento destes dois temas que li (praga e liberdade), não posso deixar de partilhar algo que me tem vindo a atormentar nos últimos tempos, algo que eu pensava que não iria encontrar nos tempos de hoje, principalmente entre jovens supostamente "conscientes do mundo em que vivemos e das novas necessidades e deveres civis e ambientais" (sempre me disseram que a ingenuidade não era a melhor das minhas virtudes).

    Ora parece, então, que reciclagem se cruza com liberdade/felicidade - passo a explicar.

    Após inúmeros comentários irónicos da minha parte acerca da irritante mania do típico pensamento: "reciclar dá uma cabo dos trabalhos, é muito complicado, é necessário muito tempo e só reciclo quando tiver um daqueles caixotes do lixo super caros e inúteis", tentando influenciar a reduzida rede de contactos com que lido dia-a-dia, eis que surge um comentário reactivo. Perguntaram-me, então, se eu era feliz ao reciclar...

    Nisto se prende o meu tormento desde esse dia...a ideia que as pessoas têm de felicidade. Felicidade, aquela coisa que ninguém sabe descrever, mas será que "estar-se nas tintas para tudo o que se passa à tua volta ou desrespeito pelos que virão para este mundo ou mesmo desinteresse pelos valores e deveres" entrará neste conceito??

    "A felicidade é uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem ainda o significado de bem-estar ou paz interna." Cit in A bela da Wikipédia

    ...paz interna...se calhar então sou eu que estou enganada... o que interessa é estar bem cá por dentro...humm...e não estará o modo como nos sentimos internamente relacionado com o meio que nos rodeia e a qualidade de vida que este nos proporciona???

    Não sei se é sorte…mas é triste…

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